19 março 2015

LITURGIA DIA 29 de MARÇO de 2015

Dia 29 de Março - Domingo

 

RAMOS E PAIXÃO DO SENHOR
(Vermelho, Creio, Prefácio Próprio – II Semana do Saltério)

 

Antífona de entrada:
 
(Após a acolhida e saudação, como de costume, faz-se a bênção dos ramos) Deus eterno e todo-poderoso, abençoai + estes ramos, para que, seguindo com alegria Cristo, nosso rei, cheguemos por ele à eterna Jerusalém. Por Cristo, nosso Senhor.
 
Oração do dia
 
Deus eterno de todo-poderoso, para dar aos homens um exemplo de humildade, quisestes que o nosso salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o ensinamento da sua paixão e ressuscitar com ele em sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
 
Leitura (Isaías 50,4-7)
 
Leitura do livro do profeta Isaías. 50 4 O Senhor Deus deu-me a língua de um discípulo para que eu saiba reconfortar pela palavra o que está abatido. Cada manhã ele desperta meus ouvidos para que escute como discípulo; 5 (o Senhor Deus abriu-me o ouvido) e eu não relutei, não me esquivei. 6 Aos que me feriam, apresentei as espáduas, e as faces àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros. 7 Mas o Senhor Deus vem em meu auxílio: eis por que não me senti desonrado; enrijeci meu rosto como uma pedra, convicto de não ser desapontado. Palavra do Senhor.

 
Salmo responsorial 21/22
 
Meus Deus, me Deus, por que me abandonastes?


Riem de mim todos aqueles que me vêem,
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
“Ao Senhor se confiou, ele o liberte
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
 

Cães numerosos me rodeiam furiosos,
e por um bando de malvados fui cercado.
Transpassaram minhas mãos e os meus pés
e eu posso contar todos os meus ossos.
 

Eles repartem entre si as minhas vestes
e sorteiam entre si a minha túnica.
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe,
ó minha força, vinde logo em meu socorro!


Anunciarei o vosso nome a meus irmãos
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores,
glorificai-o, descendentes de Jacó,
e respeitai-o, toda a raça de Israel!


 
Leitura (Filipenses 2,6-11)
 
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses. 2 6 Jesus Cristo, sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, 7 mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. 8 E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. 9 Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, 10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. 11 E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.
Palavra do Senhor.

 
Evangelho (Marcos 15,1-39)
 
Glória e louvor a vós, ó Cristo. Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz; pelo que o Senhor Deus o exaltou e deu-lhe um nome muito acima de outro nome (Fl 2,8s).


N = Narrador
L = Leitor
P = Presidente
G = Grupo ou assembleia
N (Narrador) Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Marcos. 15 1 Logo pela manhã se reuniram os sumos sacerdotes com os anciãos, os escribas e com todo o conselho. E tendo amarrado Jesus, levaram-no e entregaram-no a Pilatos. 2 Este lhe perguntou: Leitor (L): “És tu o rei dos judeus?” N: Ele lhe respondeu:
Presidente (P): “Sim.”
3 Os sumos sacerdotes acusavam-no de muitas coisas. 4 Pilatos perguntou-lhe outra vez: L: “Nada respondes? Vê de quantos delitos te acusam!” N: 5 Mas Jesus nada mais respondeu, de modo que Pilatos ficou admirado. 6 Ora, costumava ele soltar-lhes em cada festa qualquer dos presos que pedissem. 7 Havia na prisão um, chamado Barrabás, que fora preso com seus cúmplices, o qual na sedição perpetrara um homicídio. 8 O povo que tinha subido começou a pedir-lhe aquilo que sempre lhes costumava conceder. 9 Pilatos respondeu-lhes: L: “Quereis que vos solte o rei dos judeus?” N: 10 (Porque sabia que os sumos sacerdotes o haviam entregue por inveja.) 11 Mas os pontífices instigaram o povo para que pedissem de preferência que lhes soltasse Barrabás. 12 Pilatos falou-lhes outra vez: L: “E que quereis que eu faça daquele a quem chamais o rei dos judeus?” N: 13 Eles tornaram a gritar: Grupo (G): “Crucifica-o!” N: 14 Pilatos replicou: L: “Mas que mal fez ele?” N: Eles clamavam mais ainda: G: “Crucifica-o!” N: 15 Querendo Pilatos satisfazer o povo, soltou-lhes Barrabás e entregou Jesus, depois de açoitado, para que fosse crucificado. 16 Os soldados conduziram-no ao interior do pátio, isto é, ao pretório, onde convocaram toda a coorte. 17 Vestiram Jesus de púrpura, teceram uma coroa de espinhos e a colocaram na sua cabeça. 18 E começaram a saudá-lo: G: “Salve, rei dos judeus!” N: 19 Davam-lhe na cabeça com uma vara, cuspiam nele e punham-se de joelhos como para homenageá-lo. 20 Depois de terem escarnecido dele, tiraram-lhe a púrpura, deram-lhe de novo as vestes e conduziram-no fora para o crucificar. 21 Passava por ali certo homem de Cirene, chamado Simão, que vinha do campo, pai de Alexandre e de Rufo, e obrigaram-no a que lhe levasse a cruz. 22 Conduziram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do crânio. 23 Deram-lhe de beber vinho misturado com mirra, mas ele não o aceitou. 24 Depois de o terem crucificado, repartiram as suas vestes, tirando a sorte sobre elas, para ver o que tocaria a cada um. 25 Era a hora terceira quando o crucificaram. 26 A inscrição que motivava a sua condenação dizia: O rei dos judeus. 27 Crucificaram com ele dois bandidos: um à sua direita e outro à esquerda. 28 29 Os que iam passando injuriavam-no e abanavam a cabeça, dizendo: G: “Olá! Tu que destróis o templo e o reedificas em três dias, 30 salva-te a ti mesmo! Desce da cruz!” N: 31 Desta maneira, escarneciam dele também os sumos sacerdotes e os escribas, dizendo uns para os outros: G: “Salvou a outros e a si mesmo não pode salvar!” 32 Que o Cristo, rei de Israel, desça agora da cruz, para que vejamos e creiamos! N: Também os que haviam sido crucificados com ele o insultavam. 33 Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra. 34 E à hora nona Jesus bradou em alta voz: P: “Elói, Elói, lammá sabactáni?”, N: que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” 35 Ouvindo isto, alguns dos circunstantes diziam: G: “Ele chama por Elias!” N: 36 Um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de uma vara, deu-lho para beber, dizendo: L: “Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo”. N: 37 Jesus deu um grande brado e expirou. 38 O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes. 39 O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse: L: “Este homem era realmente o Filho de Deus”. N: Palavra da Salvação.

 
Comentário ao Evangelho
 
A DIVINDADE ESCONDIDA
            A paixão, tirada do conjunto dos eventos da vida de Jesus, é chocante. O evangelista não caiu na tentação de minimizar a tragicidade da experiência de Jesus nem, muito menos, esvaziá-la, apelando para a certeza da ressurreição.
            No Getsemani, Jesus provou uma grande tristeza e ficou angustiado. Suspenso na cruz, fez a experiência do abandono por parte do Pai. Some-se a isto, a traição de Judas que, com um beijo, entregou-o a seus adversários. A tríplice negação de Pedro, incapaz de ser verdadeiro diante de uma empregada do sumo sacerdote. A fuga dos demais discípulos, atemorizados diante da sorte do Mestre. Toda uma trama armada para garantir uma sentença dada à revelia do acusado. A paixão, calcada na figura profética do Servo Sofredor, apresenta a figura de Jesus despida de qualquer dignidade, reduzida à condição de trapo humano.
            Dois gestos, em relação a Jesus, são dignos de nota. A exclamação do militar romano, um pagão que fez uma leitura correta da paixão, reconhecendo ser Jesus, de fato, o Filho de Deus; e o gesto solidário de algumas mulheres que o seguiram até o fim.
            Embora escondida, é necessário reportar-se à divindade para se compreender a paixão de Jesus. Caso contrário, sua morte teria sido um episódio irrelevante.


 

Oração
            Senhor Jesus, como o oficial romano, confesso a tua condição de Filho de Deus crucificado. Que eu compreenda o verdadeiro sentido de tua paixão.
 

 (O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês).



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