Dia 10 de Março - Terça-feira
III SEMANA DA QUARESMA
(Roxo – Ofício do Dia)
Antífona de entrada:
Eu vos chamo, meu Deus, porque me atendeis;
inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos,
à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).
Oração do dia
Ó Deus, que a vossa graça não nos abandone, mas nos faça
dedicados ao vosso serviço e aumente sempre em nós os vossos dons. Por
Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Daniel 3,25.34-43)
Leitura da profecia de Daniel.
3 25 Azarias, em pé bem no meio do fogo, fez a seguinte oração:
34 Pelo amor de vosso nome, não nos abandoneis para sempre; não destruais de modo algum vossa aliança.
35 Não nos retireis vossa misericórdia em consideração a Abraão, vosso amigo, Isaac, vosso servo, Israel, vosso santo,
36 aos quais prometestes multiplicar sua descendência como as estrelas do céu e a areia que se encontra à beira do mar.
37 Senhor, fomos reduzidos a nada diante das nações, fomos humilhados diante de toda a terra: tudo, devido a nossos pecados!
38 Hoje, já não há príncipe, nem profeta, nem
chefe, nem holocausto, nem sacrifício, nem oblação, nem incenso, nem
mesmo um lugar para vos oferecer nossas primícias e encontrar
misericórdia.
39 Entretanto, que a contrição de nosso coração e a
humilhação de nosso espírito nos permita achar bom acolhimento junto a
vós, Senhor,
40 como (se nós nos apresentássemos) com um
holocausto de carneiros, de touros e milhares de gordos cordeiros! Que
assim possa ser hoje o nosso sacrifício em vossa presença! Que possa
(reconciliar-nos) convosco, porque nenhuma confusão existe para aqueles
que põem em vós sua confiança.
41 É de todo nosso coração que nós vos seguimos agora, que nós vos reverenciamos, que buscamos vossa face.
42 Não nos confundais; tratai-nos com vossa habitual doçura e com todas as riquezas de vossa misericórdia.
43 Ponde em execução vossos prodígios para nos salvar, Senhor, e cobri vosso nome de glória.
Palavra do Senhor.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 24/25
Recordai, Senhor, a vossa compaixão!
Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos
e fazei-me conhecer a vossa estrada!
Vossa verdade me oriente e me conduza,
porque sois o Deus da minha salvação.
Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura
e a vossa compaixão, que são eternas!
De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia
e sois bondade sem limites, ó Senhor!
O Senhor é piedade e retidão
e reconduz ao bom caminho os pecadores.
Ele dirige os humildes na justiça
e aos pobres ele ensina o seu caminho.
Evangelho (Mateus 18,21-35)
Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai!
Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,12s).
Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,12s).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus. 18 21 Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? 22 Respondeu Jesus: Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23 Por isso, o Reino dos céus é comparado a um rei que quis ajustar contas com seus servos. 24 Quando começou a ajustá-las, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. 25 Como ele não tinha com que pagar, seu senhor ordenou que fosse vendido, ele, sua mulher, seus filhos e todos os seus bens para pagar a dívida. 26 Este servo, então, prostrou-se por terra diante dele e suplicava-lhe: Dá-me um prazo, e eu te pagarei tudo! 27 Cheio de compaixão, o senhor o deixou ir embora e perdoou-lhe a dívida. 28 Apenas saiu dali, encontrou um de seus companheiros de serviço que lhe devia cem denários. Agarrou-o na garganta e quase o estrangulou, dizendo: Paga o que me deves! 29 O outro caiu-lhe aos pés e pediu-lhe: Dá-me um prazo e eu te pagarei! 30 Mas, sem nada querer ouvir, este homem o fez lançar na prisão, até que tivesse pago sua dívida. 31 Vendo isto, os outros servos, profundamente tristes, vieram contar a seu senhor o que se tinha passado. 32 Então o senhor o chamou e lhe disse: Servo mau, eu te perdoei toda a dívida porque me suplicaste. 33 Não devias também tu compadecer-te de teu companheiro de serviço, como eu tive piedade de ti? 34 E o senhor, encolerizado, entregou-o aos algozes, até que pagasse toda a sua dívida. 35 Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração.
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
ATÉ QUANDO PERDOAR?
Conviver é uma arte. Não basta boa vontade e paciência para que o relacionamento interpessoal seja perfeito. Embora com todas as precauções, é grande a possibilidade de desentendimento entre pessoas amigas, e até mesmo entre cristãos convictos.
Entretanto, a questão não reside na ruptura, e sim, na disposição a refazer os laços de amizade rompidos. Ninguém pode garantir que uma única reconciliação seja suficiente para cimentá-los, para sempre. É possível que outras rupturas aconteçam, pelo mesmo motivo. A tendência humana é impor limites bem definidos a esta situação. "A paciência tem limite" - assim justificamos a ruptura definitiva.
O discípulo de Jesus defronta-se com a lição de perdoar, toda vez que for ofendido. É exortado a fazer frente a uma tendência humana muito forte, a de não perdoar. O motivo apresentado pelo Mestre é inquestionável: é assim que somos perdoados pelo Pai. Quem se julga tão fiel a Deus a ponto de estar seguro de jamais correr o risco de pecar? Só um insensato poderá ter tal pretensão.
Todos somos pecadores e precisamos do perdão de Deus. Da mesma forma, quando alguém precisar do nosso perdão, por respeito a Deus somos obrigados a concedê-lo. Trata-se de dar o que também recebemos.
Conviver é uma arte. Não basta boa vontade e paciência para que o relacionamento interpessoal seja perfeito. Embora com todas as precauções, é grande a possibilidade de desentendimento entre pessoas amigas, e até mesmo entre cristãos convictos.
Entretanto, a questão não reside na ruptura, e sim, na disposição a refazer os laços de amizade rompidos. Ninguém pode garantir que uma única reconciliação seja suficiente para cimentá-los, para sempre. É possível que outras rupturas aconteçam, pelo mesmo motivo. A tendência humana é impor limites bem definidos a esta situação. "A paciência tem limite" - assim justificamos a ruptura definitiva.
O discípulo de Jesus defronta-se com a lição de perdoar, toda vez que for ofendido. É exortado a fazer frente a uma tendência humana muito forte, a de não perdoar. O motivo apresentado pelo Mestre é inquestionável: é assim que somos perdoados pelo Pai. Quem se julga tão fiel a Deus a ponto de estar seguro de jamais correr o risco de pecar? Só um insensato poderá ter tal pretensão.
Todos somos pecadores e precisamos do perdão de Deus. Da mesma forma, quando alguém precisar do nosso perdão, por respeito a Deus somos obrigados a concedê-lo. Trata-se de dar o que também recebemos.
Oração
Espírito de perdão, liberta-me da tendência a colocar limites ao perdão. Pelo contrário, que eu esteja sempre pronto a perdoar a quem me ofendeu.
Espírito de perdão, liberta-me da tendência a colocar limites ao perdão. Pelo contrário, que eu esteja sempre pronto a perdoar a quem me ofendeu.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)
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