SANTO HILÁRIO
Hilário era francês, acredita-se que
tenha nascido no ano 315, de família rica e pagã, recebendo educação e
instrução privilegiada. Durante anos buscou na filosofia as respostas
para seus questionamentos em busca da Verdade. Mas só as encontrou no
Evangelho e então se converteu ao cristianismo.
Hilário foi batizado aos trinta anos de idade, junto com a esposa e a
filha, Abrè, a quem amava ternamente. A partir daí passou a levar uma
vida familiar guiada pelos preceitos cristãos.
Este era um período de paz externa para a Igreja, que precisava se
fortalecer no seu próprio seio. Mas que, no entanto, se apresentava
cheia de pequenas rupturas internas, provocadas principalmente pela
chamada "heresia ariana", uma doutrina que negava a divindade de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Foi justamente pela vida exemplar que levava, assim como pelos
conhecimentos intelectuais e espirituais que, povo e clero, o elegeram
bispo, convidando-o para o cargo. Era uma decisão difícil, pois um bispo
alçado da sua condição tinha que, obrigatoriamente abandonar a família
para abraçar o clero. Mas não vacilou e aceitou a incumbência e desafios
que ela lhe trazia. Foi consagrado bispo de Poitiers e lutou
vigorosamente contra o arianismo. Debate após debate, polêmica após
polêmica com os hereges, sua defesa da Fé foi se tornando conhecida e o
respeito por sua atuação cada vez maior.
Foi por isso chamado "o Atanásio do Ocidente". Como ele, Hilário foi
perseguido pelos imperadores e sofreu o exílio. Enviado para o Oriente,
não se sentiu derrotado, aproveitou para estudar o grego e conhecer as
comunidades cristãs mais antigas e os ensinamentos dos maiores sábios da
Igreja, o que só fortaleceu sua missão.
Corajoso, durante o exílio de cinco anos, escreveu livros contra os
imperadores Constâncio e Auxêncio. Também foi o autor de diversas obras:
sobre a Santíssima Trindade, Comentários sobre os Salmos, e algumas
obras cujos textos interpretou. Contribuindo intensamente para o
desenvolvimento da teologia da revelação.
Hilário ficou realmente fascinado pela liturgia oriental. Compôs hinos
litúrgicos para familiarizar os fiéis com a teologia e mantê-los mais
intimamente unidos às celebrações. Pastor zeloso, procurou, ao retornar
para sua diocese na França, oferecer a seu rebanho o que de melhor
aprendera neste período de exílio. Mas nem por isso esqueceu a família,
cuja filha ele mesmo ministrou o sacramento do matrimônio e a esposa
ingressou num mosteiro, com seu auxílio e aprovação.
Faleceu em 367, quando passou a ser venerado como santo logo após seu
último suspiro. Uma conhecida frase sua mostra bem a coragem e a
valentia com que viveu e atuou, enfrentando hereges e poderosos:
"Enganam-se os que acreditam que me farão calar. Falarei pelos escritos e
a palavra de Deus, que ninguém pode aprisionar, voará livre". O Papa
Pio IX, o canonizou e o honrou com o título de "Doutor da Igreja",
confirmando a sua celebração para o dia 13 de janeiro.
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