Dia 19 de Fevereiro - Quinta-feira
QUINTA-FEIRA DEPOIS DAS CINZAS
(Roxo – Ofício do dia)
Antífona de entrada:
Clamei pelo Senhor, e ele me ouviu;
salvou-me daqueles que me atacam. Confia ao Senhor os teus cuidados, e
ele mesmo te há de sustentar (Sl 54,17-20.23)
Oração do dia
Inspirai, ó Deus, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las,
para que em vós comece e termine tudo aquilo que fizemos. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Deuterônomio 30,15-20)
Leitura do livro do Deuteronômio.
30 15 Olha que hoje ponho diante de ti a vida com o bem, e a morte com o mal.
16 Mando-te hoje que ames o Senhor, teu Deus, que
andes em seus caminhos, observes seus mandamentos, suas leis e seus
preceitos, para que vivas e te multipliques, e que o Senhor, teu Deus,
te abençoe na terra em que vais entrar para possuí-la.
17 Se, porém, o teu coração se afastar, se não
obedeceres e se te deixares seduzir para te prostrares diante de outros
deuses e adorá-los,
18 eu te declaro neste dia: perecereis seguramente
e não prolongareis os vossos dias na terra em que ides entrar para
possuí-la, ao passar o Jordão.
19 Tomo hoje por testemunhas o céu e a terra
contra vós: ponho diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição.
Escolhe, pois, a vida, para que vivas com a I tua posteridade, 20
amando o Senhor, teu Deus, obedecendo à sua voz e permanecendo unido a
ele. Porque é esta a tua vida e a longevidade dos teus dias na terra que
o Senhor jurou dar a Abraão, Isaac e Jacó, teus pais.
Palavra do Senhor.
Salmo responsorial 1
É feliz quem a Deus se confia!
Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados
nem junto aos zombadores vai sentar-se;
mas encontra seu prazer na lei de Deus
e a medita, dia e noite, sem cessar.
Eis que ele é semelhante a uma árvore
que à beira da torrente está plantada;
ela sempre dá seus frutos a seu tempo,
e jamais as suas folhas vão murchar.
Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.
Mas bem outra é a sorte dos perversos.
Ao contrário, são iguais à palha seca
espalhada e dispersada pelo vento.
Pois Deus vigia o caminho dos eleitos,
mas a estrada dos malvados leva à morte.
Evangelho (Lucas 9,22-25)
Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!
Convertei-vos, nos diz o Senhor, está próximo o reino de Deus! (Mt 4,17).
Convertei-vos, nos diz o Senhor, está próximo o reino de Deus! (Mt 4,17).
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. 9 22 Jesus acrescentou: “É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia”. 23 Em seguida, dirigiu-se a todos: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. 24 Porque, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, salvá-la-á. 25 Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vem a perder-se a si mesmo e se causa a sua própria ruína?” Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
PERDA É SALVAÇÃO
A conclusão da caminhada terrena de Jesus escondia um sentido dificilmente compreensível pelos discípulos. O horizonte messiânico no qual se moviam e com o qual interpretavam a pessoa do Mestre impedia-os de compreender, em profundidade, o que o fato requeria. Para ser entendida, em sintonia com o pensar de Jesus, era preciso fazer uma violenta inversão de valores. O esquema tradicional era insuficiente para explicá-la.
Na lógica de Jesus, ou seja, na lógica do Reino, a perda é penhor de salvação, ao passo que a salvação, entendida à maneira do mundo, é fator de perda. Daí ser possível esperar que, da humilhação de Jesus resulte exaltação, do abandono por parte dos amigos e conhecidos provenha a solidariedade do Pai, do sofrimento redunde a mais plena alegria, e a morte seja superada pela ressurreição.
O contraste entre o projeto de Jesus e a mentalidade de seus discípulos era flagrante. Não lhes passava pela cabeça a possibilidade de existir um Messias cuja glória fosse alcançada em meio a sofrimentos e, muito menos, num contexto de morte violenta.
Só a fé na ressurreição pode nos levar a dar crédito às palavras de Jesus. Com ela, o Pai deu seu aval às palavras do Filho, assegurando-lhe sua veracidade. Jesus provou ser impossível experimentar a misericórdia do Pai sem abrir mão das ambições mundanas. Só quem é capaz de renunciar-se a si mesmo como ele, experimentará a salvação.
A conclusão da caminhada terrena de Jesus escondia um sentido dificilmente compreensível pelos discípulos. O horizonte messiânico no qual se moviam e com o qual interpretavam a pessoa do Mestre impedia-os de compreender, em profundidade, o que o fato requeria. Para ser entendida, em sintonia com o pensar de Jesus, era preciso fazer uma violenta inversão de valores. O esquema tradicional era insuficiente para explicá-la.
Na lógica de Jesus, ou seja, na lógica do Reino, a perda é penhor de salvação, ao passo que a salvação, entendida à maneira do mundo, é fator de perda. Daí ser possível esperar que, da humilhação de Jesus resulte exaltação, do abandono por parte dos amigos e conhecidos provenha a solidariedade do Pai, do sofrimento redunde a mais plena alegria, e a morte seja superada pela ressurreição.
O contraste entre o projeto de Jesus e a mentalidade de seus discípulos era flagrante. Não lhes passava pela cabeça a possibilidade de existir um Messias cuja glória fosse alcançada em meio a sofrimentos e, muito menos, num contexto de morte violenta.
Só a fé na ressurreição pode nos levar a dar crédito às palavras de Jesus. Com ela, o Pai deu seu aval às palavras do Filho, assegurando-lhe sua veracidade. Jesus provou ser impossível experimentar a misericórdia do Pai sem abrir mão das ambições mundanas. Só quem é capaz de renunciar-se a si mesmo como ele, experimentará a salvação.
Oração
Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
Pai, dá-me a firme disposição de renunciar a todos os meus projetos pessoais, para abraçar unicamente o projeto de Jesus, mesmo devendo passar por sofrimentos.
(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir
Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e
disponibilizado neste Portal a cada mês).
0 comentários:
Postar um comentário