08 de Outubro de 2014
QUARTA FEIRA – XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
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Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa
vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles
contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9).
Oração do dia
-
Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis,no vosso imenso amor
de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa
misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais
do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na
unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Gl 2,1-2.7-14
-
Leitura da Carta de São Paulo aos Gálatas: Irmãos, 1 quatorze anos mais
tarde, subi, de novo, a Jerusalém, com Barnabé, levando também Tito
comigo. 2Fui lá, por causa de uma revelação. Expus-lhe o evangelho que
tenho pregado entre os pagãos, o que fiz em particular aos líderes da
Igreja, para não acontecer estivesse eu correndo em vão ou tivesse
corrido em vão. 7Pelo contrário, viram que a evangelização dos pagãos
foi confiada a mim, como a Pedro foi confiada a evangelização dos
judeus. 8De fato, aquele que preparou Pedro para o apostolado entre os
judeus preparou-me também a mim para o apostolado entre os pagãos.
9Reconhecendo a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João, considerados
as colunas da Igreja, deram-nos a mão, a mim e a Barnabé, como sinal de
nossa comunhão recíproca. Assim ficou confirmado que nós iríamos aos
pagãos e eles iriam aos judeus. 10O que nos recomendaram foi somente que
nos lembrássemos dos pobres. E isso procurei fazer sempre, com toda
solicitude. 11Mas, quando Cefas chegou a Antioquia, opus-me a ele
abertamente, pois ele merecia censura. 12Com efeito, antes que chegassem
alguns da comunidade de Tiago, ele tomava refeição com os gentios. Mas,
depois que eles chegaram, Cefas começou a esquivar-se e a afastar-se,
por medo dos circuncidados. 13E os demais judeus acompanharam-no nessa
dissimulação, a ponto de até Barnabé se deixar arrastar pela hipocrisia
deles. 14Quando vi que não estavam procedendo direito, de acordo com a
verdade do Evangelho, disse a Cefas, diante de todos: “Se tu, que és
judeu, vives como pagão e não como judeu, como podes obrigar os pagãos a
viverem como judeus?”
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 117,1.2 (R: Mc 16,15)
- Ide por todo mundo, e a todos pregai o Evangelho!
R: Ide por todo mundo, e a todos pregai o Evangelho!
- Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o!
R: Ide por todo mundo, e a todos pregai o Evangelho!
- Pois comprovado é seu amor para conosco, para sempre ele é fiel!
R: Ide por todo mundo, e a todos pregai o Evangelho!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Recebestes um espírito de adoção, no qual clamamos Aba! Pai! (Rm 8,15).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 11,1-4
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
- Glória a vós, Senhor!
-
1Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de
seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João
ensinou a seus discípulos”. 2Jesus respondeu: “Quando rezardes, dizei:
‘Pai nosso, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3Dá-nos a
cada dia o pão de que precisamos, 4e perdoa-nos os nossos pecados, pois
nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair
em tentação’”.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Pão nosso... (Lc 11,1-4)
Sim,
o Pai é nosso, ensinou Jesus. Mas não parou aí. Segundo o Mestre de
Nazaré, também o pão é nosso. E o grande escândalo acontece quando
aqueles que se dizem irmãos - têm o mesmo Pai! – não podem comer do
mesmo pão. Enquanto alguns desperdiçam, muitos passam fome...
Não
foi assim no começo. A leitura do livro dos Atos dos Apóstolos revela
um estado de coisas bem diferente: “Partiam o pão nas casas e tomavam a
comida com alegria e singeleza de coração...” (At 2,46b.) “Não havia
entre eles nenhum necessitado... Repartia-se a cada um deles conforme a
sua necessidade.” (At 4,34-35.) Por que será que as coisas mudaram.
Quando será que se perdeu esse sentimento de fraternidade? Como teríamos
aprendido a comungar do Pão eucarístico, lado a lado com nosso irmão
que passa fome?
Uma vez, um jovem francês foi
questionado por colegas sem fé, que lhe perguntavam onde estava a
caridade dos cristãos. Frederico Ozanam, esse jovem, decidiu dar uma
resposta ao desafio. Algum tempo depois, fundaria a Sociedade São
Vicente de Paulo, hoje espalhada por todo o mundo, levando um pedaço de
pão e uma cesta básica a milhões de deserdados do sistema.
Ao
escolher Vicente de Paulo como patrono, Ozanam se inspirava em outro
homem de Deus, um simples sacerdote que sabia atrair a amizade dos ricos
(sem ameaçá-los com o fogo do inferno) e jeitosamente tirava dos mais
abastados aquelas moedinhas que alimentariam os sem-pão. Ao longo da
história da Igreja, numerosos homens e mulheres viveram em profundidade
essa vocação de distribuir o pão, semear a esperança, irradiar o saber.
Fundadores como Dom Bosco, José de Calasanz, Joana de Lestonnac, Paula
Montal, Dom Orione e, recentemente, Madre Teresa de Calcutá,
compreenderam que não podiam guardar para si mesmos os dons que o Pai
celeste destinara a todos.
Estes santos –
canonizados não pelos milagres que fizeram, mas pelo “milagre” que eles
foram – compreenderam em profundidade o sentido do “pão nosso”, sem o
qual desmentimos o “Pai nosso”. Afinal, que Pai é esse, que dá a alguns
com sobra e, ao mesmo tempo, deixa a multidão faminta?
Com
certeza, também o Pai deve chorar, quando vê o destino de seus dons:
alguns filhos morrem de fome, enquanto outros devoram o pão de seus
irmãos...
Orai sem cessar: “Não desvies o rosto do pobre!” (Sr 4,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br
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